terça-feira, 13 de agosto de 2013

Passeio das Alcomonias - Santa Cruz - Santiago do Cacém

Relato: Cortesia do nosso colega João Baldeante

A viagem até ao Algarve para quem nunca tinha ido tão a sul de carro até foi pacífica. O GPS dizia 3horas, o Google Maps 2h30m. Saí da cama às 5h e apontei para o tempo mais longo para chegar às 8h30m, acabei por chegar as 8h, a meia hora que ia poupar na autoestrada não compensa fui e vim pela nacional.
O levantamento do dorsal foi super rápido, acho que cheguei cedo o suficiente para escapar à confusão, houve direito a pequeno almoço e havia bolos de coco, laranja, chocolate, mármore e sandes, donuts, queques, sumos e café. Acho que entre o pequeno almoço e os 4 abastecimentos da maratona consegui prová-los a todos, hehe.
Havia também um bolo regional triangular chamado ALCOMONIAS (um bolo de chocolate e pinhão) que eu confundi com presunto e achei melhor não mexer para não aumentar a sede de um dia que já ia ser quente, fiz mal pois que aquilo é mesmo bom, por sorte estava um em cada saco juntamente com a T-Shirt e diga-se de passagem: fiquei fã.
Quanto ao passeio em si QUEM É QUE DISSE QUE O ALENTEJO É PLANO??? Esse gajo está redondamente enganado, a maratona foi composta de um carrossel de sobe e desce constante maioritariamente por estradões rurais e alguns leitos de rios secos com seixos para tornar a coisa interessante, o que vale é que os montes alentejanos até nem são muito grandes e tudo se fez. A partir dos 40 km foi quase tudo na "avózinha" que o calor apertava, já as descidas foram tantas como as subidas... curtas e pouco inclinadas com uma ou outra excepção e ainda houve direito a dois ou três singletracks, coisa que eu não esperava.
Não me lembro de ter passado tanto riacho e leito de rio seco num passeio, volta e meia "olha a lomba" desce e volta a subir, a organização tinha tudo marcado à minha medida. Qualquer descida com regos mais fundos ou pedra solta havia um aviso, eu que sou um medricas nas descidas até achei que era preciso pouca técnica, eram mesmo só regos das chuvas e alguma pedra solta em algumas descidas. Ia jurar que o kaska me estava a passar vá-se lá saber porquê...
 As paisagens foram compostas maioritariamente de montados de sobreiros que faziam uma sombra espectacular, houve vários trechos do percurso, tanto a subir como a descer, totalmente à sombra. A maioria das vezes ao chegar ao topo das subidas fazia-se sentir uma brisa fenomenal, suponho eu que da costa ali perto. Essa foi a minha única desilusão, pensei que íamos passar junto à costa alentejana , afinal de contas era suposto avistá-la durante o passeio, eu deduzo que no topo de um dos muitos montes que subimos.

Os reforços estavam ao nível do pequeno almoço e mais: o sumo, a água, e a bebida isotónica estevam sempre frescos, a apontar para "o gelado", em todos os quatro reforços e pontos intermédios onde havia água. Estes eram mais que muitos acho que não andei mais de 10km sem me oferecerem água, já estive em muitos passeios mas este foi o primeiro que mesmo com o calor que se fazia sentir houve sempre água bem fresca até ao fim do passeio, e digo isto porque fui mesmo o último a acabar os 75 km lá pelas 14h30m, sim, porque não ia andar por ali a queimar os "pistons" com o calor que se fez sentir. Começamos com 25 graus e no fim estavam 35, lá pelo meio devo ter apanhado tanto ou mais que os 35 (de certeza), e para terminar no fim tinha água e melancia fresca que foi um regalo.

Os banhos foram meio pitorescos, uma mangueira ligada a uma torneira com três chuveiros algures no meio, pendurados numa barra de ferro daquelas que se usam para montar andaimes cercada de uma protecção daquelas que se usam para pintar os prédios com água bem fresquinha, era sair de baixo da água e ir para uns bancos ali perto que estavam meio ao sol e  parecia que estava a sair da água na praia para a areia (mas sem a areia), só faltou mesmo a toalha da praia, heheheh.
O almoço foi como anunciado: Sopa de legumes, carne de porco à portuguesa com arroz, salada e batata frita. Sobremesa: Melão, Melancia e doces vários.

Este é um belo passeio para todos os que consigam pedalar com calor e gostem de paisagens alentejanas compostas de sobreiros e terrenos de cultivo, cada monte que se sobe dá para tirar fotos "tipo postal" das paisagens típicas do Alentejo e foram mais que muitos os montes.