Relato: Cortesia do nosso colega João Baldeante
A viagem até ao
Algarve
para quem nunca tinha ido tão a sul de carro até foi pacífica. O
GPS
dizia 3horas, o Google Maps 2h30m. Saí da cama às 5h e apontei para o tempo mais longo para chegar às 8h30m, acabei por
chegar as 8h, a meia hora que ia poupar na autoestrada não
compensa
fui e vim pela nacional.
O levantamento do
dorsal
foi super rápido, acho que cheguei cedo o suficiente para escapar à
confusão, houve direito a pequeno almoço e havia bolos de coco, laranja, chocolate, mármore e sandes, donuts, queques, sumos e
café. Acho que entre o pequeno almoço e os 4 abastecimentos da
maratona consegui prová-los a todos, hehe.
Havia também um bolo
regional triangular chamado ALCOMONIAS (um bolo de chocolate e
pinhão) que eu confundi com presunto e achei melhor não mexer para
não aumentar a sede de um dia que já ia ser quente, fiz mal pois que
aquilo é mesmo bom, por sorte estava um em cada saco juntamente com
a
T-Shirt e diga-se de passagem: fiquei fã.
Quanto ao passeio em
si
QUEM É QUE DISSE QUE O ALENTEJO É PLANO??? Esse gajo está
redondamente enganado, a maratona foi composta de um carrossel de
sobe
e desce constante maioritariamente por estradões rurais e alguns
leitos de rios secos com seixos para tornar a coisa interessante,
o
que vale é que os montes alentejanos até nem são muito grandes
e tudo
se fez. A partir dos 40 km foi quase tudo na "avózinha" que o
calor
apertava, já as descidas foram tantas como as subidas... curtas e
pouco
inclinadas com uma ou outra excepção e ainda houve direito a dois
ou três singletracks, coisa que eu não esperava.
Não me lembro de ter
passado tanto riacho e leito de rio seco num passeio, volta e meia
"olha a lomba"
desce e volta a subir, a organização tinha tudo marcado à minha
medida. Qualquer descida com regos mais fundos ou pedra solta havia
um
aviso, eu que sou um medricas nas descidas até achei que era
preciso
pouca técnica, eram mesmo só regos das chuvas e alguma pedra solta
em algumas descidas. Ia jurar que o kaska me estava a passar vá-se
lá
saber porquê...
As paisagens foram
compostas maioritariamente de montados de sobreiros que faziam uma
sombra espectacular, houve vários trechos do percurso, tanto a
subir
como a descer, totalmente à sombra. A maioria das vezes ao chegar
ao
topo das subidas fazia-se sentir uma brisa fenomenal, suponho eu
que
da costa ali perto. Essa foi a minha única desilusão, pensei que
íamos passar junto à costa alentejana , afinal de contas era suposto
avistá-la durante o passeio, eu deduzo que no topo de um dos
muitos montes que subimos.
Os reforços estavam ao
nível do pequeno almoço e mais: o sumo, a água, e a bebida isotónica
estevam sempre frescos, a apontar para "o gelado", em todos os quatro
reforços e pontos intermédios onde havia água. Estes eram mais que
muitos acho que não andei mais de 10km sem me oferecerem água, já
estive em muitos passeios mas este foi o primeiro que mesmo com o
calor que se fazia sentir houve sempre água bem fresca até ao fim
do
passeio, e digo isto porque fui mesmo o último a acabar os 75 km
lá
pelas 14h30m, sim, porque não ia andar por ali a queimar os "pistons"
com o calor que se fez sentir. Começamos com 25 graus e no fim
estavam
35, lá pelo meio devo ter apanhado tanto ou mais que os 35 (de
certeza),
e para terminar no fim tinha água e melancia fresca que foi um
regalo.
Os banhos foram meio
pitorescos, uma mangueira ligada a uma torneira com três chuveiros
algures no meio, pendurados numa barra de ferro daquelas que se
usam
para montar andaimes cercada de uma protecção daquelas que se usam
para pintar os prédios com água bem fresquinha, era sair de baixo
da água e ir para uns bancos ali perto que estavam meio ao sol
e parecia
que estava a sair da água na praia para a areia (mas sem a areia), só
faltou mesmo a toalha da praia, heheheh.
O almoço foi como
anunciado: Sopa de legumes, carne de porco à portuguesa com arroz,
salada e batata frita. Sobremesa: Melão, Melancia e doces vários.
Este é um belo
passeio
para todos os que consigam pedalar com calor e gostem de paisagens
alentejanas compostas de sobreiros e terrenos de cultivo, cada
monte
que se sobe dá para tirar fotos "tipo postal" das paisagens típicas
do Alentejo e foram mais que muitos os montes.